Couraçado Bismarck
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Couraçado Bismarck
Por Ritter von Leeb
O encouraçado alemão Bismarck, um terror dos mares, um moderníssimo navio de combate, foi posto a pique pela esquadra inglesa do Atlântico na manhã do dia 27 de maio de 1941. Ele fora alvo de uma das maiores caçadas navais do século XX, quando a maior parte dos navios de guerra da Grã-Bretanha, senhora da mais poderosa esquadra do mundo, colocou como prioridade máxima afundar o Bismarck. Com ele foi-se a possibilidade da Alemanha nazista interceptar pela superfície os barcos que vinham de todos os lados do mundo para abastecer as ilhas britânicas. Dali em diante, quem tomou a tarefa de infernizar os comboios aliados foram os submarinos.
O Bismarck fazia parte de um conjunto de modernos encouraçados mandados construir por Hitler a partir de 1935 para recuperar o prestígio da Kriegsmarine, a marinha de guerra alemã. Além dele, saíram dos estaleiros da Blohm & Voss, em Hamburgo, o Scharnhorst, Gneisenau, o Prinz Eugen e o Tirpitz. A operação Rheinübung, "Exercício Reno", que decidiu a partida do Bismarck e do Prinz Eugen de dentro do Mar Báltico para o alto mar, era o seguimento de uma outra operação, a "Berlim", ambas determinadas pelo almirante Erich Raeder em abril de 1941, levada a efeito por dois outros encouraçados, o Scharnhorst e o Gneisenau. Estes haviam afundado 22 barcos com mais de 115 mil toneladas, mas não puderam seguir em missão devido a problemas mecânicos e o temor de vê-los perdidos num ataque concentradAo tempo em que o Alto Comando da Kriegsmarine recolhia os dois encouraçados para a proteção do porto francês de Brest (a França naquela altura estava ocupada pelos nazistas desde junho de 1940), o almirante Lütjens traçou as diretrizes para que o Bismarck e o Prinz Eugen se lançassem pela águas do Mar do Norte, dando continuidade ao objetivo de localizar e afundar os comboios anglo-americanos. O fim de tudo era deixar o Reino Unido carente de forças materiais para seguir na guerra. A estratégia de Hitler era isolar as ilhas britânicas, assolá-las pelo ar com os bombardeios e impedir que recebessem qualquer auxilio vindo pelo mar, promovendo um lento garrotear das suas energias para obrigar Churchill e o governo inglês à capitulaçãoo de aviões da RAF. Escorando-se no complicado litoral da Noruega (dominada pelos nazistas desde a invasão de 1940), depois de ter partido do porto de Gotenhafen, em Danzig, no Báltico, no dia 18 de maio de 1941, a dupla de encouraçados achou por bem fazer um dilatado contorno pelas águas geladas da Islândia e da Groenlândia, com a intenção de cair sobre suas presas na metade do caminho do Atlântico Norte. Esta rota, cruzando águas pouco freqüentadas, também era a mais segura, evitando que os dois barcos pudessem ser reconhecidos pelos aviões-patrulha da RAF. Desde que eles rumaram para o oceano, teve início um jogo de esconde-esconde com os britânicos, onde por vezes eles era localizados, e, em outras, perdiam-nos de vista por dias a fio. O plano do almirante Lütjens era fazer com que os dois encouraçados atingissem seus alvos assim que eles ultrapassassem o estreito da Dinamarca, uns 500 quilômetros que separam a ilha da Islândia da Groenlândia. O almirante britânico Tovey não demorou a perceber a manobra e determinou a formação de duas task force, força tarefa, para esperarem os dois barcos alemães na saída do estreito, ao sul da ilha da Islândia.
A Tragédia do Hood
A primeira força tarefa era composta por dois navios, os encouraçados Prince of Wales e o Hood, que, deslocados para lá, tentaram bloquear a saída do estreito da Dinamarca. Enquanto isso, uma segunda força tarefa, com uns 13 outros barcos (entre eles o King George V e o porta-aviões Victoria), corria em auxilio dos barcos ingleses. Na madrugada do dia 24 de maio de 1941 deu-se o encontro. De um lado, as duas belonaves alemãs, do outro os dois encouraçados ingleses. Um fantástico duelo de artilharia, onde os adversários mal se enxergavam pelos binóculos, afastados de 20 a 25 quilômetros uns dos outros, teve início. Na quinta salva de tiros disparada pelo Bismarck, de uma distância de 15 quilômetros, deu-se o infausto para os ingleses. Atingido em cheio, o Hood, um dos mais estimados navios da Home Fleet, a Marinha Britânica, explodiu de vez, afundando às 6 horas da manhã. Em apenas 3 minutos, 30 mil toneladas de aço foram para o ar e para o fundo do mar, visto ter explodido o seu paiol de munições. Mais de 1.400 marujos pereceram com ele, só três sobreviveram. O Prince of Wales, atingido em seguida, sem perder, porém, a possibilidade de navegar, bateu em retirada protegido por uma cortina de fumaça.
Tentando Escapar
Localizado, os ingleses decidiram-se por liquidá-lo primeiro por meio de torpedos, entre outras razões para poupar seus barcos de guerra de serem destruídos pelas salvas certeiras do Bismarck. A missão recaiu para o Ark Royal, o navio capitania da Força H (mais os encouraçados Renown e Sheffield) o mais poderoso porta-aviões da esquadra atlântica da Grã-Bretanha. Na direção do alvo, alçaram vôo várias esquadrilhas de Swordfish que conseguiram acertá-lo. Dois ou três torpedos obrigaram o grande barco a reduzir sua velocidade e a ficar girando no mesmo lugar devido a uma avaria no leme. No dia seguinte, o Bismarck parecia um touro de aço ferido de morte. O almirante Lütjens enviara às 21h40m a mensagem derradeira para os seus superiores: "navio sem condições de manobrar. Nós vamos lutar até o último cartucho. Vida longa ao Führer."
Era a hora dos toureiros se aproximaren dele para darem a estocada final. As 9 horas da manhã do dia 27 de maio de 1941, os encouraçados ingleses o King George V e o Rodeny assentaram suas alças de mira e abriram fogo contra o colosso que, navegando em marcha lenta, pouco mais podia fazer. Quando ele já estava bastante avariado, agonizando, os encouraçados Dorsetshire, Nortfolk, aproximaram-se para golpeá-lo com seus torpedos. O capitão Ernst Lindemann, sem mais nada poder fazer, ordenou à tripulação que abrisse as comportas para afundar o navio, ao mesmo tempo em que a sua voz ressoou pelos alto-falantes de bordo ordenando que todos o abandonassem. Em poucos minutos, a água invadiu todos os compartimentos. Eram 10h39m da manhã do dia 27 de maio quando o Bismarck, fumegando e resfolegando, ainda taurino, afundou no Atlântico. O Oceano vinha reclamar a sua parte do botim. Dos 2.221 tripulantes só sobreviveram 115.
O Couraçado Bismarck
Tipo: couraçado
Deslocamento: 50.153t
Dimensões: 251m X 36m X 9m
Propulsão: 3 turbinas de 150.000 HP
Velocidade máxima: 30 nós
Armamento principal: 8 canhões de 381mm, 12 de 150mm e 16 de 104mm
Blindagem: casco de 320 mm a 145 mm, superestrutura de 356 mm a 127 mm
Lançamento: 19 de maio de 1941
O encouraçado alemão Bismarck, um terror dos mares, um moderníssimo navio de combate, foi posto a pique pela esquadra inglesa do Atlântico na manhã do dia 27 de maio de 1941. Ele fora alvo de uma das maiores caçadas navais do século XX, quando a maior parte dos navios de guerra da Grã-Bretanha, senhora da mais poderosa esquadra do mundo, colocou como prioridade máxima afundar o Bismarck. Com ele foi-se a possibilidade da Alemanha nazista interceptar pela superfície os barcos que vinham de todos os lados do mundo para abastecer as ilhas britânicas. Dali em diante, quem tomou a tarefa de infernizar os comboios aliados foram os submarinos.
O Bismarck fazia parte de um conjunto de modernos encouraçados mandados construir por Hitler a partir de 1935 para recuperar o prestígio da Kriegsmarine, a marinha de guerra alemã. Além dele, saíram dos estaleiros da Blohm & Voss, em Hamburgo, o Scharnhorst, Gneisenau, o Prinz Eugen e o Tirpitz. A operação Rheinübung, "Exercício Reno", que decidiu a partida do Bismarck e do Prinz Eugen de dentro do Mar Báltico para o alto mar, era o seguimento de uma outra operação, a "Berlim", ambas determinadas pelo almirante Erich Raeder em abril de 1941, levada a efeito por dois outros encouraçados, o Scharnhorst e o Gneisenau. Estes haviam afundado 22 barcos com mais de 115 mil toneladas, mas não puderam seguir em missão devido a problemas mecânicos e o temor de vê-los perdidos num ataque concentradAo tempo em que o Alto Comando da Kriegsmarine recolhia os dois encouraçados para a proteção do porto francês de Brest (a França naquela altura estava ocupada pelos nazistas desde junho de 1940), o almirante Lütjens traçou as diretrizes para que o Bismarck e o Prinz Eugen se lançassem pela águas do Mar do Norte, dando continuidade ao objetivo de localizar e afundar os comboios anglo-americanos. O fim de tudo era deixar o Reino Unido carente de forças materiais para seguir na guerra. A estratégia de Hitler era isolar as ilhas britânicas, assolá-las pelo ar com os bombardeios e impedir que recebessem qualquer auxilio vindo pelo mar, promovendo um lento garrotear das suas energias para obrigar Churchill e o governo inglês à capitulaçãoo de aviões da RAF. Escorando-se no complicado litoral da Noruega (dominada pelos nazistas desde a invasão de 1940), depois de ter partido do porto de Gotenhafen, em Danzig, no Báltico, no dia 18 de maio de 1941, a dupla de encouraçados achou por bem fazer um dilatado contorno pelas águas geladas da Islândia e da Groenlândia, com a intenção de cair sobre suas presas na metade do caminho do Atlântico Norte. Esta rota, cruzando águas pouco freqüentadas, também era a mais segura, evitando que os dois barcos pudessem ser reconhecidos pelos aviões-patrulha da RAF. Desde que eles rumaram para o oceano, teve início um jogo de esconde-esconde com os britânicos, onde por vezes eles era localizados, e, em outras, perdiam-nos de vista por dias a fio. O plano do almirante Lütjens era fazer com que os dois encouraçados atingissem seus alvos assim que eles ultrapassassem o estreito da Dinamarca, uns 500 quilômetros que separam a ilha da Islândia da Groenlândia. O almirante britânico Tovey não demorou a perceber a manobra e determinou a formação de duas task force, força tarefa, para esperarem os dois barcos alemães na saída do estreito, ao sul da ilha da Islândia.
A Tragédia do Hood
A primeira força tarefa era composta por dois navios, os encouraçados Prince of Wales e o Hood, que, deslocados para lá, tentaram bloquear a saída do estreito da Dinamarca. Enquanto isso, uma segunda força tarefa, com uns 13 outros barcos (entre eles o King George V e o porta-aviões Victoria), corria em auxilio dos barcos ingleses. Na madrugada do dia 24 de maio de 1941 deu-se o encontro. De um lado, as duas belonaves alemãs, do outro os dois encouraçados ingleses. Um fantástico duelo de artilharia, onde os adversários mal se enxergavam pelos binóculos, afastados de 20 a 25 quilômetros uns dos outros, teve início. Na quinta salva de tiros disparada pelo Bismarck, de uma distância de 15 quilômetros, deu-se o infausto para os ingleses. Atingido em cheio, o Hood, um dos mais estimados navios da Home Fleet, a Marinha Britânica, explodiu de vez, afundando às 6 horas da manhã. Em apenas 3 minutos, 30 mil toneladas de aço foram para o ar e para o fundo do mar, visto ter explodido o seu paiol de munições. Mais de 1.400 marujos pereceram com ele, só três sobreviveram. O Prince of Wales, atingido em seguida, sem perder, porém, a possibilidade de navegar, bateu em retirada protegido por uma cortina de fumaça.
Tentando Escapar
Localizado, os ingleses decidiram-se por liquidá-lo primeiro por meio de torpedos, entre outras razões para poupar seus barcos de guerra de serem destruídos pelas salvas certeiras do Bismarck. A missão recaiu para o Ark Royal, o navio capitania da Força H (mais os encouraçados Renown e Sheffield) o mais poderoso porta-aviões da esquadra atlântica da Grã-Bretanha. Na direção do alvo, alçaram vôo várias esquadrilhas de Swordfish que conseguiram acertá-lo. Dois ou três torpedos obrigaram o grande barco a reduzir sua velocidade e a ficar girando no mesmo lugar devido a uma avaria no leme. No dia seguinte, o Bismarck parecia um touro de aço ferido de morte. O almirante Lütjens enviara às 21h40m a mensagem derradeira para os seus superiores: "navio sem condições de manobrar. Nós vamos lutar até o último cartucho. Vida longa ao Führer."
Era a hora dos toureiros se aproximaren dele para darem a estocada final. As 9 horas da manhã do dia 27 de maio de 1941, os encouraçados ingleses o King George V e o Rodeny assentaram suas alças de mira e abriram fogo contra o colosso que, navegando em marcha lenta, pouco mais podia fazer. Quando ele já estava bastante avariado, agonizando, os encouraçados Dorsetshire, Nortfolk, aproximaram-se para golpeá-lo com seus torpedos. O capitão Ernst Lindemann, sem mais nada poder fazer, ordenou à tripulação que abrisse as comportas para afundar o navio, ao mesmo tempo em que a sua voz ressoou pelos alto-falantes de bordo ordenando que todos o abandonassem. Em poucos minutos, a água invadiu todos os compartimentos. Eram 10h39m da manhã do dia 27 de maio quando o Bismarck, fumegando e resfolegando, ainda taurino, afundou no Atlântico. O Oceano vinha reclamar a sua parte do botim. Dos 2.221 tripulantes só sobreviveram 115.
O Couraçado Bismarck
Tipo: couraçado
Deslocamento: 50.153t
Dimensões: 251m X 36m X 9m
Propulsão: 3 turbinas de 150.000 HP
Velocidade máxima: 30 nós
Armamento principal: 8 canhões de 381mm, 12 de 150mm e 16 de 104mm
Blindagem: casco de 320 mm a 145 mm, superestrutura de 356 mm a 127 mm
Lançamento: 19 de maio de 1941
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