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Invasão Italiana na Grécia - Desastre Italiano

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Invasão Italiana na Grécia - Desastre Italiano Empty Invasão Italiana na Grécia - Desastre Italiano

Mensagem por Winston Churchill Seg Jul 08, 2013 9:42 pm

Por Felix Steiner

As ambições de Mussolini chocavam-se com as insanáveis deficiências, tanto materiais como psicológicas, de suas forças armadas. Mas, não obstante as conhecidas fraquezas da Itália, o ditador pensou que a Grécia poderia propiciar a reabilitação do exército italiana, pois se tratava de um país pequeno, com reduzido potencial militar. Além disso, a política fascista orientava-se no sentido de considerar a parte dos Bálcãs mais próxima da Itália como sendo da esfera de interesses de Roma. A ocupação da Albânia, somando-se à posse, anterior à Primeira Guerra Mundial, das Ilhas do Dodecaneso, no mar Egeu, foi uma manifestação concreta desta política.
Mussolini expôs a Hitler suas intenções em relação à Grécia, mas o Führer recusou-se a apóiá-lo, alegando que considerava a neutralidade dos Bálcãs fundamental para a política européia. A verdade é que Hitler já estava arquitetando seus gigantescos planos para o leste da Europa. Ora, o eventual engajamento do Eixo em uma campanha balcânica prejudicaria a estratégia alemã, no novo e imenso teatro de operações que o Fuhrer pretendia abrir. Entretanto, graves perturbações políticas ocorreram por essa época, na Romênia, obrigando Hitler a intervir naquele estado.
Em julho de 1940, a URSS obtivera da Romênia a cessão da Bessarábia, conforme previsto no protocolo secreto do Pacto Molotov-Ribbentrop. O atendimento da exigência soviética despertou a cobiça da Hungria e da Bulgária, as quais apresentaram, em agosto, extensas reivindicações sobre territórios pertencentes à Romênia. A possibilidade de irromper um conflito entre os três países, levou Hitler a fazer sua diplomacia intervir. Em 30 de agosto, em Viena, Von Ribbentrop e Ciano, atuando como árbitros, obrigaram o governo romeno a ceder a Transilvânia aos húngaros.
O fato provocou enorme indignação na Romênia, onde a agitação nacionalista contra o Rei Carol II atingiu proporções alarmantes. O General Antonescu, simpático aos partidos direitistas, recebeu plenos poderes, com o título de Conducator. O novo dirigente exigiu a reúnica de Carol, o qual abdicou em favor de seu filho Miguel I e fugiu para o estrangeiro.
Antonescu inclinava-se fortemente em favor do Eixo. Depois de atender às reivindicações búlgaras, solicitou a Hitler o envio de uma missão militar alemã para a Romênia. Tal pedido tinha uma tríplice finalidade: Garantir a posição do Conducator, dissuadir a URSS de fazer novas exigências nos Bálcãs e proteger as refinarias de Ploesti, consideradas essenciais para o funcionamento da máquina militar alemã. O Führer atendeu imediatamente, enviando para o território romeno toda uma divisão de infantaria. Efetivamente, o Reich não poderia permitir que seu abastecimento de carburantes fosse ameaçado.
As tropas em trânsito para a Romênia atravessaram o território da Hungria, a qual se encontrava na esfera de influência do Reich. Aliás, tanto Antonescu comjo o Almirante Horthy, aderiram ao Pacto Tripartite em novembro de 1940, alinhando a política externa de seus países com a posição do eixo. O mesmo fez Monsenhor Tiso, primeiro-ministro da Eslováquia.
A intervenção alemã na Romênia, logo depois de Hitler ter desaconselhado qualquer iniciativa nos Bálcãs, exasperou Mussolini, decidindo-o a invadir a Grécia. Em 28 de outubro de 1940, quando Hitler chegava a Florença para uma conferência com o Duce, este o recebeu com a notícia de que as tropas italianas haviam transposto a fronteira greco-albanesa e avançavam vitoriosamente!
A Campanha da Grécia foi um desastre para os fascistas. As 4 divisões de vanguarda, que atravessaram a fronteira, careciam de apoio aéreo, de artilharia e sobretudo de combatividade. O governo de Atenas, suspeitando das intenções italianas, mobilizara seu exército, num total de 150.000 homens, excluídas as reservas. Os italianos tinham 200.000 soldados na Albânia, mas não foram elaborados planos para o pleno emprego dessas forças. Aliás, a Albânia era o único país da Europa a não possuir sequer uma estrada de ferro.
COMEÇA A BATALHA
As forças atacantes foram divididas em três colunas: A primeira, menos importante, penetrou no extremo norte da fronteira, orientando-se para leste, ao longo dos limites com a Iugoslávia; a segunda avançou pelo centro, através das acidentadas montanhas do Pindo; finalmente, o grosso das tropas italianas, incluindo suas principais unidades mecanizadas, invadiu a Grécia pela ala direita da frente, valendo-se das estradas litorâneas.
A progressão italiana na ala direita foi normal, no centro, porém, o avanço pelo Pindo foi contido em 2 de novembro, apesar dos violentos esforços da Divisão Alpina Giulia, que era de elite. Quanto ao setor norte, a invasão, feita com forças insuficientes, logo se transformou em regirada imprevista.
Calculando habilmente o ponto fraco do inimigo, o General Papagos, comandante suprimo dos gregos, lançou 5 divisões sobre a ala esquerda dos italianos, empurrando-os de volta para o território albanês e ameaçando a estratégica cidade de Korce. No dia 6 de novembro, os gregos conseguiram cercar a Divisão Giulia, no setor central da frente. Abandonando os vales, onde a superioridade dos italianos em tropas mecanizadas dificultava seus movimentos, os Euzones (tropa de infantaria de elite grega), avançavam pelas cristas do Pindo, cortando as possibilidades de retirada dos caçadores alpinos. Estes tentaram recuar precipitadamente, embaraçando-se com as unidades que vinham em seu socorro. No dia 10, quando os fascistas finalmente conseguiram romper o cerco, 25.000 de seus homens haviam sido mortos, feridos ou aprisionados. Na seqüência da operação, os gregos penetraram na Albânia, que já havia sido invadida na zona de Korce.
A ala direita dos italianos continuava a progredir pelas rotas costeiras, mas o desmoronamento do front central indicava que os soldados de Papagos poderiam isolar a vanguarda italiana, mediante uma operação de flanco.Temendo essa possibilidade, os invasores começaram a recuar, também naquele setor, a partir do dia 13.
Mussolini, furioso, substituiu o comandante da Albânia, sem obter melhores resultados. Uma violenta contra-ofensiva grega, na frente litorânea, transformou a retirada italiana em fuga desordenada. A Albânia, já invadida pelas zonas norte e central da fronteira, foi também penetrada pelo sul. Em 23 de novembro, menos de um mês após o início de sua agressão, as últimas tropas do Duce foram expulsas do território grego. O exército italiano, até a pouco empenhado em uma operação de conquista, deveria agora se bater para conservar ao menos a Albânia.
A DEFESA DA ALBÂNIA
Korce caiu nas mãos dos gregos em 22 de novembro. Ao mesmo tempo, as tropas de Papagos progrediam nos outros setores, embora mais lentamente. A aspereza dos caminhos, o rigor do inverno que se abatera sobre a região, as dificuldades de abastecimento das tropas helênicas, e a própria resistência italiana, contribuíram para reduzir a rapidez do avanço dos gregos. Ao começar o ano de 1941, os fascitas haviam cedido ao inimigo, na Albânia meridional uma faixa de território que variava entre 20 e 80kms.
A Inglaterra procurou auxiliar a Grécia desde o início da invasão. A Ilha de Creta, de grande importância estratégica no mediterrâneo Oriental, foi ocupada por um regimento britânico, com o consentimento do General Metaxas, o homem forte da Grécia. O General Wavell determinou igualmente que 4 esquadrilhas da RAF fossem enviadas, do Egito, para bases em solo grego.
Simultaneamente, suprimentos e dinheiro ingleses começaram a ser desembarcados nos portos helênicos. Aliás, grande parte das armas e munições que Churchill ordenou que fossem entregues a Metaxas, procedia da Líbia, onde O´Connor as tomara das tropas de Graziani.
O mês de janeiro assistiu a vários contra-ataques italianos, todos eles frustrados pelos gregos. Estes conseguiram, inclusive, avançar um pouco mais, apesar da estação. A responsabilidade dos desastres italianos na África e nos Bálcãs foi atribuída ao Marechal Badoglio, chefe do Estado-Maior, cujas informações otimistas sobre o andamento das operações haviam sido desmentidas pela realidade dos fatos. Tendo Badoglio solicitado demissão, o Duce substituiu-o pelo General Cavallero, o qual assumiu igualmente o comando da luta na Albânia. Badoglio que anteriormente havia pedido e obtido o título de Duque de Adis-Abeba, passou então, para os círculos que se opunham à política do Duce.
Metaxas faleceu em 29 de janeiro, mas o novo primeiro-ministro, Koryzis, mostrou a mesma disposição de seu antecessor, no sentido de continuar a luta contra os italianos. No começo de fevereiro, Papagos ordenou o reinicio da ofensiva na ala esquerda do exército grego, visando o grande porto albanês de Valona. Os gregos avançaram novamente, apoiados pela RAF, mas tiveram de suspender o ataque, em virtude das chuvas e da grande concentração de tropas italianas na região.
Hitler estava preocupado com o desenvolvimento da guerra no mediterrâneo. Uma eventual derrota da Itália deixaria a Europa Central perigosamente exposta ao inimigo. Convinha-lhe socorrer seu aliado, antes que os problemas militares do Duce adquirissem um caráter ainda pior.
As primeiras formações da Luftwaffe chegaram ao sul da Itália e à Sicília em janeiro de 1941, dificuldando consideravelmente o tráfego marítimo britânico no Mediterrâneo. Ao mesmo tempo, o Führer determinou que o OKH elaborasse um plano de ataque à Grécia. A operação recebeu o nome de Marita. Sabedor das intenções de Hitler e desejoso de salvar seu prestígio, Mussolini ordeno em princípios de março, que os italianos atacassem na Albânia. 28 divisões foram empenhadas nessa contra-ofensiva, contra as 14 que os gregos mantinham no front. A Regia Aeronáutica forneceu 300 caças e bombardeiros de apoio, os quais foram enfrentados pelos diminutos contingentes da RAF.
Os ataque italianos pararam diante da firme resistência da infantaria grega, a qual suportou bravamente os bombardeios inimigos. Mussolini voara para a Albânia, onde assumira pessoalmente o comando da batalha. Violentos combates foram travados em toda a linha de frente, de 9 a 19 de março, nesta data, o ditador, amargurado, decidiu finalmente suspender a infrutífera ofensiva.
Winston Churchill
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