Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Distribuição de alimentos na URSS

Ir para baixo

Distribuição de alimentos na URSS Empty Distribuição de alimentos na URSS

Mensagem por Runds Sex Set 20, 2013 11:39 am

A distribuição de alimentos no socialismo sempre foi uma formidável arma política para favorecer ou destruir determinados indivíduos ou setores da população. Deve-se reconhecer que a União Soviética prestou um inestimável serviço à humanidade: comprovou, na prática, que o socialismo não funciona. No socialismo real o racionamento, denominado de “distribuição racional de alimentos”, assume algumas modalidades. Na ex-União Soviética, modelo básico para os demais países socialistas, foram introduzidos em diversas épocas, diversos tipos de racionamento: - Racionamento por tarjeta (libreta, em Cuba). Esse tipo de racionamento constitui a fase inicial e constante de todo sistema de racionamento e é sempre implantado no início de qualquer regime socialista que, por razões político-econômicas, exige a padronização de toda a população. Em Cuba, 46 anos após a revolução, ainda vige esse sistema inicial. - Abastecimento coletivo. Uma parte ou toda a ração individual é entregue ao povo em forma de comida preparada e servida em restaurantes coletivos. Na ex-URSS, durante um certo tempo, cerca de 70% dos operários industriais recebiam sua cota de alimentos dessa forma. - Manipulação de preços. Através da manipulação dos preços fixados pelo próprio Estado socialista, este eleva os preços dos produtos mais escassos e geralmente os mais indispensáveis, estabelecendo, dessa forma, um racionamento indireto que prejudica principalmente os que recebem os menores salários. Ou seja, os operários que, teoricamente, conforme diz a doutrina científica, estão no Poder. Inversamente, o Estado também baixa os preços de determinados artigos de escassa saída ou de má qualidade. Esse mecanismo é utilizado apenas em algumas partes do país, como forma de fazer política. A distribuição de alimentos nos regimes socialistas sempre foi discriminada ou “diferencial” – como diziam os economistas marxistas -, baseada em critérios classistas e políticos. No racionamento por tarjeta, por exemplo, as cidades são divididas em vários grupos, onde as rações mais elevadas são destinadas às grandes cidades dentro de cada cidade a população é dividida em categorias de rações decrescentes finalmente, também se discrimina o número de calorias dentro de uma mesma família, de acordo com as tarefas atribuídas a cada pessoa: operários da indústria pesada, outros operários, empregados, familiares e crianças. A discriminação política na distribuição de alimentos é imposta desde o primeiro dia da tomada do Poder pelos comunistas. Na ex-União Soviética e demais países onde foi vigente o socialismo, e ainda em Cuba, Vietnã, China e Coréia do Norte, em contraste com as chamadas “classes ricas”, os ativistas do partido sempre gozaram de um tratamento preferencial. Além de todos esses privilégios, a nomenklatura do partido ainda tem direito, além da sua ração oficial, a abastecer-se nos armazéns estatais paralelos, um verdadeiro mercado negro legal, a preços mais elevados. Em Cuba, nesses armazéns, as compras devem ser pagas em dólares e aí podem ser encontrados todos os produtos possíveis e imagináveis que não são encontrados nas tiendas governamentais. Esse controle de distribuição de alimentos está sempre vinculado à polícia secreta. Em Cuba, ao G2, através dos CDRs (Comitês de Defesa da Revolução). Na Rússia, no mesmo decreto que criou a CHEKA, em 7 de dezembro de 1917, Lênin ordenou a toda a população apresentar em 24 horas, aos Comitês de Moradores, uma declaração assinada, em três vias, indicando domicílio, salário, lugar de trabalho e ocupação. Com esses dados básicos sobre cada pessoa o governo comunista deu início ao trabalho de controlar todo o país. A distribuição de alimentos no socialismo, regime em que o Estado é o único patrão, sempre foi uma formidável arma política para favorecer ou destruir determinados indivíduos ou setores da população, para encorajar determinadas camadas sociais a destruir outras e, inclusive, para incentivar a produção. Os fundamentos dessa discriminação político-produtiva socialista na distribuição de produtos essenciais à população, foram magistralmente sintetizados por Lênin na Conferência de Abastecimentos da Rússia, realizada em junho de 1921: “Não se pode estabelecer a distribuição de produtos alimentícios somente com um espírito de justiça. É preciso pensar que se trata de um método, uma ferramenta, um meio para elevar a produção. Só alimentaremos por conta do Estado os empregados que sejam realmente indispensáveis para conseguir uma maior produtividade no trabalho, e converteremos a distribuição em um instrumento político para diminuir o número dos que não são absolutamente necessários e estimular aqueles que, na verdade, necessitamos”. Esses fundamentos políticos-produtivos continuam a ser impostos aos que vivem em Cuba, àqueles que ainda não conseguiram deixar a Ilha da Liberdade a nado ou agarrados a pneus.
Runds
Runds

Mensagens : 13
Data de inscrição : 23/05/2013
Idade : 47
Localização : Criciuma/SC

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos